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Diáspora Conecta lança incubadora e premia participantes do lab

Tanta beleza e pluralidade de histórias contribuíram para que o Diáspora Lab fosse um sucesso em sua execução. Foram 202 histórias entre ficção e documentário, vindas de cineastas negros de 19 estados e do Distrito Federal, de 65 cidades, de 05 regiões deste continente desigual chamado Brasil. Deste total, foram selecionados oito projetos de roteiro e três de produção.


Como narrativas pretas importam hoje e sempre, a Diáspora Conecta lança a Incubadora Diáspora, que durante seis meses irá acompanhar os projetos cinematográficos de três projetos selecionados e que fizeram parte do Diáspora Lab, encerrado em novembro de 2020.

A primeira edição desta iniciativa irá contemplar o roteirista David Aynan e o produtor Jacson Dias, de Levante (ficção); os roteiristas Tais Amordivino, de Miraildes Mota — a lendária Formiga (documentário), e cabo-verdiano Elson Santos, de Nós, povo das ilhas (documentário).


Entusiasmado com a qualidade dos projetos, o cofundador da Diáspora Conecta, Emerson Dindo, enfatizou a necessidade de investir em uma formação que afaste as narrativas pretas da retórica racista da subalternidade e da marginalização. “Que a gente não esteja alocado sempre naquele lugar que esperam de nós. Se a gente quiser fazer comédia, série, drama, filme policial, um thriller infantil, que seja... O Diáspora Lab é o espaço para isso e eu aprendi muito com vocês”.

“Eu acredito muito no cinema coletivo e o Diáspora Lab foi um espaço de cura e de sanidade pra gente não sucumbir. Esse ano foi doloroso para trabalhar no cinema”, afirmou Jacson Dias. Seu parceiro de projeto, David Aynan agradeceu pela iniciativa. "Foi o primeiro lab que a gente foi selecionado e foi muito importante porque foi a nossa casa, foi a negrada. Eu encontrei caminhos que não conseguiria sozinho e fui confrontado com as questões do roteiro que eu precisava solucionar. Aqui foi um caminho, um espaço de muito afeto”.


Premiação

Para celebrar as oito semanas intensas de trocas e aperfeiçoamentos, o Diáspora Lab premiou os dois melhores projetos da edição.

O prêmio de melhor roteiro foi para o documentário A cor da margem, de Mariana Luiza e Luiz Santana. A dupla ganhou uma viagem com tudo pago para participar do AFROLATAM LAB (Fórum de Coprodução África - América Latina), do Festival Miradasdoc, na Espanha, em 2021, após o controle da pandemia do coronavírus.

Já o prêmio de R$ 10 mil, direcionado ao melhor projeto da edição do Lab, foi para o também documentário Um pouco de mim morreu quando você nasceu, de Quézia Lopes. A produtora também ganhou o Prêmio Chavón e, com isso, vai participar de um curso de documentário com Marta Andreu, do Centro de Arte e Desenho


Chavón, na República Dominicana.


Percurso


Além dos prêmios recebidos no Diáspora Lab, muitos dos participantes tiveram êxito fora da mentoria, como Tais Amordivino, que ganhou o Prêmio Jorge Portugal para desenvolvimento de longa-metragem de documentário pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia com Miraildes Mota — a lendária Formiga.


Mariana Luzia, roteirista de A cor da margem, ganhou os prêmios Rumos Itaú 2020 e Biobio Cine, do CineMundi, que garantiu uma participação no lab que é realizado no Chile.


Levante, do roteiristas David Aynan e do produtor Jacson Dias, também ganhou o Prêmio Jorge Portugal para desenvolvimento de longa-metragem de documentário, por meio do edital Aldir Blanc (Secretaria de Cultura do Estado da Bahia).


Um pouco de mim morreu quando você nasceu, de Quézia Lopes, que ganhou os prêmios Diáspora Conecta e Chavón, também foi contemplado no Cabíria Festival com os prêmios de Roteiro, edição 2020 e do Instituto Dona de Si, com mentoria de Susana Pires.


Convidado pelo Diáspora Conecta, Elson Santos recebeu pelo roteiro do documentário Nós, Povo das Ilhas, o Prêmio TV Portugal, em coprodução com a RTP (Rádio Televisão Portuguesa) por meio do laboratório Afrolatam do Miradasdoc.


Continuação da travessia

Consultora do Lab Roteiro, Xenia Rivery (CUB) enalteceu o empenho de todos os profissionais que receberam a mentoria. “Foi um trabalho de valentia de todos, com grandes trocas e conexões. Não tem como não enfrentar as coisas duras da vida, como a pandemia e a falta de dinheiro, mas não percam a paixão. A diáspora negra precisa de pessoas como vocês”.

Parceira de Xenia no Lab, Paula Gomes (BRA) também incentivou os participantes a continuarem com seus trabalhos. “Sinto muito que não tenha sido presencial, pois eu adoraria abraçar todos vocês. Eu desejo muito que esses filmes sejam financiados, que encontrem um lugar no mercado. Mas que vocês, principalmente, façam filmes com o coração, do jeito de vocês”.

Tanya Valette (DOM), consultora do Lab Produção, disse que ficou muito impressionada com a seleção dos projetos. “Para mim foi muito importante participar desse laboratório, principalmente pela conexão emocional que eu sinto pelo Diáspora Lab.

Emocionada, Joelma Oliveira (BRA) parabenizou a organização do evento. “A curadoria foi linda, assim como os projetos e o comitê especial. É uma diversidade de dados, de histórias... Eu acredito que o cinema tem um poder de transformação na vida das pessoas, e esses projetos são prova disso”.

“Neste momento que estamos vivendo no Brasil, fora a pandemia, em que tudo é tão difícil, foi muito significativo botar tudo isso de pé”, finalizou Dindo.


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